quarta-feira, março 20, 2002

noites de chuva são, para o chão, noite de gala. o asfalto tira o luto e veste paetês, lantejoulas, se cobre de ouro, esbanja na prata, e de tanto beber mal se pára em pé, os carros dançam e patinam, e o som das buzinas e motores e helicópteros e sirenes engrossam ainda mais o ar úmido e quente.

andando Paulista afora e noite adentro, pulando poças, driblando os distraídos, ligo para ela duas, três, inúmeras vezes. nada. impossível conseguir linha.

pena. queria tê-la comigo ali, no meio da azáfama. queria pelo menos banhar seus ouvidos com essa torrente de gente e máquinas e força e vida. é o mínimo que eu posso fazer por quem me faz ver tudo isso.
(ouça aqui a versão falada)