sexta-feira, junho 29, 2001

não tem mar, a minha cidade. mar, aqui, assim como tudo, é algo que se alcança com esforço.

o mar que para outros é porto, é para nós destino.

mar, na minha vida, foram momentos não muito longos, não muito próximos, momentos de que me despedi pensativo. sempre. mar para mim foi superfície, um voltar à tona. entre cada respiro desses, longos meses de imersão, de mergulho no turbilhão da cidade.

não consigo absorver a idéia de que o mar exista nos dias úteis. seria como um carrossel a girar sozinho, solitário, festivo e luminoso às oito horas da manhã. impensável. acho que o mar fecha para balanço.

(...)

vë-la, para mim, não é como cariocas vêem a glória da Terra mesmo que não queiram. vê-la, para mim, significa lugares certos, horas precisas, onde então meu coração menino faz castelos de areia na beira do mar.

como ela é quando não a vejo?
(ouça aqui a versão falada)