segunda-feira, maio 07, 2001

eu poderia nunca tê-la visto. ela poderia ter esperado mais vinte anos pra nascer, ou então ter nascido princesa num reino distante, para os olhos de um só homem. é um milagre que eu a tenha visto, que eu a veja ainda, que essa mulher esplêndida floresça em meu caminho, e desabroche mais e mais a cada encontro. um milagre.

anos atrás, num momento muito feliz e rico, uma borboleta pousou em minha mao. estava em um carro, parado num semáforo, preso no trânsito, e ela surgiu, pousou no vidro, aceitou minha mao, aceitou que eu a trouxesse delicadamente para dentro, namoramos, ela se foi. um milagre.

uma borboleta morena e linda voa graciosa em torno dos meus dias. ela nem pousou ainda, e pra mim já é primavera.
(ouça aqui a versão falada)